segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A VALSA "ROYAL CINEMA"




O primeiro filme a possuir som próprio foi "O Cantor de Jazz", feito em Holywood em 1927. A novidade chegaria a Natal com a inauguração do cinema falado do Cine-Teatro São Pedro, a 8 de abril de 1931. A 7 de julho do mesmo ano inaugurava-se o cinema sonoro do Teatro Carlos Gomes e, a 18 de outubro, era a vez do Royal entrar naquele caminho da modernidade.

Com a chegada do cinema sonoro, os velhos cinemas iriam perder muito de seu encanto em troca das novidades trazidas pelo progresso. Problemas sociais surgiriam com o desemprego de muitos músicos quando tinham no cinema sua principal ou única fonte de renda.

Enquanto isto não acontecia, entre 1911 e 1927, o silêncio do filme mudo era compensado pelos pianos ou conjuntos musicais que tocavam durante a exibição. Os pianistas mais conhecidos que tocavam no Royal foram Generosa Garcia, Garibaldi Romano e o popularíssimo Paulo Lyra; o piano solista era para as sessões comuns e dias de semana. Para dias especiais, com festas ou solenidades, tocava um conjunto, como o composto por Paulo Lyra ao piano, Manoel Prudêncio Petit na Flauta, Cândido Freire no saxofone, Calazans Carneiro no contrabaixo e João Cosme na bateria. Um grupo que tocou durante longos períodos no Royal Cinema era formado por Educardo Medeiros ao Violão, Tibiro no saxofone e TONHECA no "clarinete".O repertório era o comum para a época e as músicas se adaptavam ao tipo de cena que o filme apresentava; música alegre para filmes cômicos e langorosas valsas para cenas românticas.

Para melhorar o ambiente introduzindo músicas novas, o proprietário do Royal Cinema encomendou a Tonheca, já conhecido como compositor, uma valsa para ser tocada na abertura das sessões.

Certo dia, durante uma aula de música aos alunos do 3º ano da Escola Normal, o professor Tonheca fez um intervalo e perguntou quem na classe tocava piano. Apenas a aluna Maria Aparecida de Carvalho se apresentou. O professor, então disse:

-"NAS MINHAS NOITES DE INSÔNIA, COSTUMO TOMAR PAPEL E ARRANJAR ALGUNS COMPASSOS DE MÚSICA, MAS EM SEGUIDA, OS COLOCO EM UMA GAVETA".

E acrescentou que o seu amigo e colega José Gomes, então regente da banda da Polícia Militar, insistentemente lhe solicitava novas composições para o repertório daquela banda que, a esse tempo, fazia retretas semanais, muito apreciadas, aliás, nos jardins das praças Augusto Severo e André de Albuquerque.

-"DESEJOSO DE ATENDER AOS SUCESSIVOS PEDIDOS DO AMIGO, PORÉM SEM A NECESSÁIA INSPIRAÇÃO PARA REALIZAR QUALQUER NOVA COMPOSIÇÃO, RECORRI AO ACERVO DA GAVETA E DALI RETIREI ESTA VALSINHA E, COMO ESTAVA NA ORDEM DO DIA O NOME "ROYAL CINEMA" PARA A NOVA CASA DE EXIBIÇÃO CINEMATOGRÁFICA DA CIDADE ALTA, ACHEI POR BEM ACEITAR O MESMO NOME PARA ESTA COMPOSIÇÃO".

Assim, passou às mãos da aluna Maria Aparecida de Carvalho o manuscrito da valsa, harmonizada para piano, tendo ela sido a primeira pessoa a tocar "Royal Cinema" em Natal.

Com pouco tempo, José Petronilo de Paiva recebia a partitura manuscrita e dedicada a ele, tendo numa face a valsa "Royal Cinema" e na outra a valsa "Boas Festas".

O compositor recebeu cinquenta mil réis como pagamento pela valsa que o tornaria, imediatamente, o mais popular compositor da cidade. Recebido o pagamento, Tonheca saiu do Royal para o café Potyguarania, bem em frente, para festejar com os amigos. "Rico" e feliz, financiou bebida para quem quisesse, numa alegre comemoração, que terminou quando terminou o dinheiro...

A valsa "Royal Cinema" tornou-se logo conhecida por toda cidade. Sua melodia expressiva e cativante caiu logo no gosto do povo, invadindo bem cedo os saraus familiares através da sua partitura para piano à venda nas livrarias da cidade. Instrumentada para banda de música pelo autor, de imediato passou a ser presença constante nas retretas, ganhando espaço nas bandas de música da capital, do interior e de outros Estados e até Países. Na sala do cinema, a orquestra se postava para tocar enquanto se esperava o início da projeção. Antes de iniciar o filme, tocava-se a valsa de Tonheca; ao terminar a sessão, enquanto os presentes se retiravam, tocava-se também e, assim "ROYAL CINEMA" popularizou-se, desde os pianos das famílias aos salões de bailes populares ou aristocráticos.

NOTA: O Professor Cláudio Galvão publicou em 1998 o livro: "A Desfolhar Saudades" - uma biografia de Tonheca Dantas.

É um livro para ser lido com muito carinho, pois o seu conteúdo nos leva a conhecer em profundidade a vida e a obra desse talentoso músico e compositor potiguar. Os dados e informações contidas nesta página foram extraídas do livro acima referido.

Nota postada no blog Sou do Seridó: Royal Cinema foi criada em 1913, a pedido do famoso Cinema Royal que acabara de ser inaugurada na Capital do RN. O local funcionava na Rua Vigário Bartolomeu com a Ulisses Caldas. Hoje funciona a Procuradoria Geral de Natal. A valsa de Tonheca fez tanto sucesso, que foi tocada exaustivamente pela Rádio BBC de Londres, durante a Segunda Guerra Mundial, infelizmente executada como sendo de “autor desconhecido”. Tonheca faleceu no dia 07 de fevereiro de 1940. Hoje com 97 anos de existência, Royal Cinema vai completar seu centenário de existência em 2013.  Por Marcos Dantas

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

APRESENTAÇÃO PARA O COLÉGIO CEI DE NATAL

Tivemos no dia de ontem, 25/08/11 uma apresentação para os alunos do Colégio CEI de Natal-RN. O colégio firmou um intercâmbio com nossa Filarmônica, pois todos os anos durante os períodos do mês de julho e agosto os alunos nos dão o prazer da sua visita. Alguns ficam encantados com as apresentações, pois conhecem mais de perto um pouco da história de nossa banda, e se familiarizam com os instrumentos que nunca tiveram a oportunidade de conhecer.

Durante a visita, a Banda apresentou algumas peças, e por  motivo do nosso maestro estar na cidade de João Pessoa se capacitando para melhorar seus conhecimentos,  o músico Rodrigo ficou à frente da banda. Dódo (presidente da banda ) e Rodrigo falaram um pouco sobre a história da nossa Filarmônica  e logo após esta explanação houve uma breve apresentação dos instrumentos. Os alunos fizeram perguntas direcionadas a banda e aos instrumentos e para finalizar sempre é escolhido algum aluno para fazer a regência da banda.










COBERTURA FOTOGRÁFICA DA APRESENTAÇÃO DA BANDA PARA ALUNOS DO COLÉGIO CEI DE NATAL-RN